O Projeto Pinípedes do Sul - serárealizado pelo Nema – Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental em um período de 27 mesese conta com o patrocínio da Petrobras, visa implantar ações para a conservação dos leões e lobos-marinhos no litoral sul do Brasil, através da execução das metas previstas no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Mamíferos Aquáticos/Grandes Cetáceos e Pinípedes (ICMBio, 2011).
Na região sul do Brasil é registrada a presença de sete espécies de Pinípedes. O leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens) e o lobo-marinho-do-sul (Arctocephalus australis) são as espécies mais abundantes que utilizam constantemente esta área costeira para seu ciclo de vida. Já as outras espécies, como o lobo-marinho-subantártico (Arctocephalus tropicalis), o lobo-marinho-antártico (Arctocephalus gazella), o elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina), a foca-caranguejeira (Lobodon carcinophaga) e a foca-leopardo (Hydrurga leptonyx), ocorrem ocasionalmente nesta região.
Também nesta região geográfica da costa brasileira estão localizados os únicos dois refúgios de concentração de lobos e leões-marinhos, ambos na costa do Rio Grande do Sul: O Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos, criado em 1983 em Torres (29°20’S/52°06’W) e o Refúgio de Vida Silvestre do Molhe Leste da Barra de Rio Grande, criado em 1996 em São José do Norte (32°11’S/52°04’W).
Dentre os problemas de conservação dos pinípedes ligados a impactos antrópicos, destacam-se os efeitos da interação com a pesca e os efeitos da sobrepesca dos estoques de presas deste grupo (peixes e crustáceos), causando o desequilíbrio da cadeia alimentar das espécies e a degradação dos ecossistemas.
Para enfrentar os desafios de conservação dos leões e lobos-marinhos na costa sul, o Projeto Pinípedes do Sul executará ações indicadas como prioritárias no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Grandes Cetáceos e Pinípedes (ICMBio, 2011):
- monitorar a presença e a sazonalidade dos leões e lobos-marinhos em seus refúgios de descanso - Refúgio de Vida Silvestre do Molhe Leste e Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos;
- avaliar a presença e a mortalidade sazonal dos pinípedes e demais mamíferos marinhos na costa do Rio Grande do Sul;
- realizar atendimento, resgate e reintrodução de pinípedes no litoral do Rio Grande do Sul;
- monitorar as interações dos leões-marinhos com as pescarias de arrasto;
- realizar ações de educação ambiental voltada à conservação dos pinípedes;
- desenvolver a pesquisa e a divulgação científica para a conservação dos pinípedes;
- realizar atividades de articulação institucional para a conservação dos pinípedes.
Como o litoral do Rio Grande do Sul apresenta a maior concentração de ocorrências de pinípedes, apresentando os dois únicos refúgios de leões e lobos-marinhos da costa brasileira, o monitoramento sistemático dos pinípedes nestes locais (REVIS da Ilha dos Lobos e no REVIS do Molhe Leste) é fundamental para que se possa continuar o acompanhamento dos padrões de ocupação dos animais nestes refúgios e avaliar os possíveis impactos a que estão sujeitos. O Projeto ira abranger todas as espécies de pinípedes mencionadas no Plano de Ação Nacional para Conservação dos Mamíferos Aquáticos - Grandes Cetáceos e Pinípedes. Mesmo as populações de pinípedes consideradas estáveis, representam grupos que necessitam de ações de conservação, visto que as principais atividades nocivas não cessaram e o efetivo ordenamento das atividades antrópicas ainda não foi totalmente alcançado.
A área de atuação do Projeto Pinípedes do Sul - compreende o litoral e as cidades costeiras do sul brasileiro, desde o Arroio Chuí, no extremo sul do litoral do Rio Grande do Sul, até o Cabo de Santa Marta, em Santa Catarina e conta com um plano de comunicação que visa atingir públicos diferentes como: pescadores, estudantes e comunidade em geral.
As ações do projeto são voltadas principalmente para os pescadores e suas comunidades. Os pescadores irão interagir nas atividades quotidianas da Sala do Pescador e nos embarques com os Observadores de Bordo. Serão realizadas atividades de educação ambiental em escolas das comunidades pesqueiras com os filhos dos pescadores. Também serão realizadas ações de formação em Artesanato da Conservação1 para mulheres destas comunidades. A equipe irá ainda participar de duas edições anuais da Feira do Livro do Cassino, por onde passam milhares de visitantes. Também estão programados dois encontros voltados à conservação ambiental, com a participação de pesquisadores, gestores e conservacionistas.