Os pinípedes constituem um grupo de mamíferos marinhos adaptados à vida aquática e terrestre. O termo “pinípedes” tem origem no formato dos membros anteriores e posteriores dos animais, os quais são constituídos por nadadeiras (pina = pena; podos = pés), com dedos compridos e unidos por membranas.
São indivíduos que possuem parte da vida com permanência no mar aberto ou bacias de água doce para alimentação, e outra parte na terra, onde realizam troca de pelagem, se reproduzem e descansam. Quando em terra, costumam escolher substratos rochosos ou plataformas de gelo fixas ou flutuantes, geralmente em locais onde ocorre uma alta produtividade marinha, deste modo conseguem se alimentar sem realizar um grande gasto de energia à procura de alimento.
Os pinípedes são divididos em três famílias: Otariidae, que engloba os leões e lobos marinhos; Phocidae, as focas e elefantes marinhos; e Odobenidae, a família das morsas que vivem isoladas nas águas do Ártico. Na nossa região é possível encontrar com frequência indivíduos das famílias dos leões e lobos marinhos, e esporadicamente das focas e elefantes marinhos.
Hoje sabemos que 7 espécies de Pinípedes utilizam o litoral do Rio Grande do Sul: o leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens), o lobo-marinho-do-sul (Arctocephalus australis), o lobo-marinho-subantártico (Arctocephalus tropicalis), o lobo-marinho-antártico (Arctocephalus gazella), o elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina), a foca-caranguejeira (Lobodon carcinophaga) e a foca-leopardo (Hydrurga leptonyx).
A costa do Rio Grande do Sul é a área de alimentação dos pinípedes (leões e lobosmarinhos) durante o período não reprodutivo, principalmente durante o inverno e primavera, quando ocorre uma maior abundância de peixes na região (Pinedo, 1986). Esta migração trófica é realizada principalmente pelos machos adultos e subadultos que, desta forma, beneficiam fêmeas e filhotes em amamentação, não competindo pela disponibilidade de alimento nas regiões próximas aos sítios reprodutivos (Rosas, 1989).
A hipótese vigente é que estes animais provêm de Ilhas Uruguaias (Isla Lobos, Cabo Polônio), onde encontram-se os sítios reprodutivos mais próximos do Rio Grande do Sul. A espécie de pinípede mais abundante é o leão-marinho-do-sul, Otaria flavescens, seguido do lobo-marinho-do-sul Arctocephalus australis e do lobo-marinho-subantártico Arctocephalus tropicalis (Santos et al., 1992). Existem também registros da presença, em ocorrências esporádicas, do elefante-marinho Mirounga leonina, da foca-caranguejeira Lobodon carcinophaga, da foca-leopardo Hydrurga leptonyx edolobo-marinho-antártico Arctocephalus gazela (Silva, 2014).